Powered By Blogger

sábado, 9 de outubro de 2010

Essência

"Quando eu digo que te amo,
não é porque eu te quero ou porque eu não posso te ter.
Não tem nada a ver comigo!
Eu amo o que você é, o que você faz, como você tenta.
Eu vi o seu lado frágil e o seu lado forte.
Eu vi o melhor e o pior de você.
E eu compreendo com perfeita claridade
exatamente o que e quem você é."
(Joss Whedon)


Três palavras não são capazes de fazer jus à importância que você tem na minha vida. Ao invés de dizer "eu te amo", eu quero que você saiba que nada que eu venha a dizer em português, inglês ou qualquer outra língua poderá jamais capturar a essência do quanto eu realmente valorizo a sua existência.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Death Shall Have No Dominion

"Though lovers be lost love shall not
And death shall have no dominion"
Dylan Thomas



É muito engraçado quando um ciclo doloroso de nossas vidas chega ao fim, como por exemplo um término de um relacionamento, temos a tendência de querer apagar todas as lembranças de nossas vidas e fingir que tudo o que foi vivido a dois nunca aconteceu pelo simples fato de não conseguirmos lidar com o modo de como as coisas terminaram.
Por um lado, eu consigo compreender isso. A dor chega a ser tão grande, que a melhor maneira de fazer não doer é simplesmente não lembrar que o motivo da sua dor sequer existiu; o que faz muito sentido! Porém, não acho que seja algo muito eficiente. Afinal, como esquecer? Como, de um dia pra noite, é possível ensinar sua mente e seu coração a abrir mão de algo que foi tão marcante na sua vida? Agir como se a pessoa que você é hoje não é produto da influência daquele alguém especial em sua vida? Não faz sentido...
Faz dois dias que eu tomei uma das decisões mais maduras da minha curta vida: decidi me libertar de um relacionamento destrutivo, mesmo meu coração implorando para que eu não o fisesse. Não sei dizer quantas vezes, ao longo dessas 48 horas, eu pensei em voltar atrás, em jogar tudo para o alto, inclusive meu amor próprio, e declarar meu amor eterno a ele. Não o fiz. É fato que penso nele em cada coisa que eu faço, em cada sorriso que eu dou, em cada momento que vivo e gostaria de poder compartilhar com ele. Mas já não posso mais.
Realmente acabou. É claro que ainda nos veremos, e é claro que nossos momentos de paixão ainda tornarão a se repetir; mas é mais do que certo que o espaço que uma vez existiu para que dividíssemos nossos medos, sonhos e inseguranças já acabou. Não cabe mais. Não quando um de nós dois ama mais que o outro.
O amor supera tudo. O amor conquista tudo. E por isso mesmo acredito que ainda seremos bons amigos. Mas, ao mesmo tempo, o amor também nos faz acordar para um novo mundo de sensações que nos mostra como tudo pode ser mil vezes mais doloroso do que sem ele. A verdade é que eu cansei. Não do amor. Não, não o amor. O amor ainda está presente, vivo como uma chama infinita que teima a cessar. Eu cansei foi da descrença, da frustração, da desilusão. Eu cansei foi da falta de compromisso, da falta de um sorriso e da solidão.
Antes só do que mal acompanhado, não é o que dizem? Pois bem... É verdade. Não é possível estar com alguém e ao mesmo tempo não estar. Ninguém que ame verdadeiramente consegue suportar a indiferença do outro, mesmo que esta seja apenas a forma dele de ser. Em nome do amor, você até consegue suportar por um tempo. Mas seu coração tem um limite, e quando você o atinge, não há solução. O fim é próximo e você sabe, por mais que custe a admitir. Você até tenta ignorar os sinais. Escapar do momento fatídico em que um dos dois terá de pôr um basta, em que um dos dois terá que dizer adeus. Você foge, foge, mas ele vai te cercando, até que você já não tem mais saída a não ser tomar uma atitude.
Mas será que isso realmente significa o fim? Dylan Thomas dizia que os amantes se perdiam, o amor não. Que a morte não tinha domínio sobre tal sentimento tão honrado. Acho que ele estava certo, em meio a toda sua bebedeira e alucinações.
Como pode-se dizer que todos os momentos se foram? Como pode-se agir como se nada tivesse acontecido? Como ser tão frio e indiferente ao ponto de terminar tudo e voltar a ser exatamente como se era antes daquela pessoa entrar na sua vida? É impossível! Você já não é mais o mesmo. Quando se ama, você é mudado para sempre. Uma vez que aquela pessoa entra na sua vida, por mais que em certo ponto ela não se faça mais presente para dividir suas alegrias, secar as suas lágrimas e dividir seus beijos, ela não vai mais embora. Ela continua ali, nas lembranças, na forma de pensar, na forma de tocar, na consciência de que um dia você teve um alguém tão bom, um amor tão doce, que quando o fim realmente chegar você vai poder olhar pra trás e ter a certeza de que você viveu um grande amor.
Algumas pessoas vivem a vida inteira sem se apaixonar. Eu vivi minha vida, eu me apaixonei. Eu não me arrependo e não desejo, por nada desse mundo, esquecer. Quem eu sou está diretamente realacionado com quem eu fui quando estive com ele. Ele me fez crescer, me fez mudar, me fez mulher! Se sou quem eu sou hoje, é por causa dele e das tardes que passei com ele, estudando sociologia, fazendo amor, lavando a louça e tomando café com leite! Todas as alegrias, todas as frustrações, todos os eternos beijos e carícias são parte de quem eu sou e de quem eu serei. Não me arrependo de nada. Não mudaria nada. Ele sempre será meu, bem aqui nesse pedacinho bobo do meu coração que eu guardei pra ele. E eu sempre serei dele. Até o fim e além.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como Dizia o Poeta

Esse ano eu desejei achar alguém, um amor que fisesse sentir algo no coração entorpecido que eu guardo aqui no peito. Desejei me apaixonar. Viver um grande amor que virasse meu mundo de pernas pro ar, que mudasse a forma que eu via as coisas e me inspirasse a fazer belas composições.
Esse ano, eu desejei alguém. Esse ano, eu o encontrei. E ele era exatamente quem eu queria. Era ELE, e ninguém era melhor aos meus olhos. Ninguém se comparava a ele, ou chegava a seus pés. Eu encontrei o alguém que e eu sempre quis, e eu o tive... E o tive como eu sempre sonhei ter: em meus lábios, em minhas mãos, entre minhas pernas e dentro do meu coração.
E o amor? O amor estava lá. Ele era real. Ele já existia, e teve sua grande chance de crescer e ser cultivado. Mas eu o vivi sozinha. Eu amei sozinha, e o cultivei... sozinha!
Aquela épica história de amor? Aconteceu apenas dentro da minha cabeça, nas minhas mais loucas fantasias.
Mas e o que acontece quando você percebe que já não dá mais? Quando tudo te indica de que é preciso que você use de todas as suas forças para dar um basta nisso? O que acontece quando você percebe que está na hora de se amar mais do que a ele? Esse é o momento em que não tem mais volta, tudo está acabado. Se nem mais você, que ama, acredita que vale a pena lutar por isso, é o fim!

"I can't win your loosing fight all the time!"

Aí, nessa hora, você vira e se pergunta: "Como eu me permiti chegar a esse ponto? Sempre fui tão cuidadosa com esses assuntos do coração... Como foi que eu me deixei cegar assim?"
Acho que nem sempre podemos estar no controle das coisas. Nem sempre podemos saber, prever ou determinar o que vai acontecer. E isso é viver. Eu acho...
A única coisa que não faz sentido nisso tudo é esse sentimento imbecil que toma conta de mim. Quer dizer, eu sabia dos termos do contrato ao assiná-lo. Eu não posso dizer que eu estou surpresa pela forma como as coisas acabaram. Eu sabia no que eu estava me metendo! Então porque essa agonia? Porque essa sensação de falta de ar? Porque essa vontade de deitar, dormir e nunca mais acordar? Porque, mesmo eu sabendo claramente que as coisas seriam assim, eu fechei meus olhos à realidade e me deixei acreditar que seria diferente?
A dor que eu sinto, não tem fundamento. Não faz sentido. É incoerente! Mas tente me convencer de que não é real. Tente me dizer de que essa dor vai passar. Tente me dizer que daqui a alguns meses, toda essa angústia vai parecer algo simplesmente momentâneo. Tente me convencer disso... Só tente... E você verá que será em vão. Sim, as lágrimas vão secar, e a dor, um dia, vai passar. Mas quando seu coração está em mil pedaços não adianta colar cada pedacinho de volta. Por mais cuidadosa e perfeita que essa colagem venha a ser, as cicatrizes continuam lá, invisíveis, impiedosas e dolorosas.
O amor é incondicional. Mas também pode ser imprevisível, inesperado, incontrolável, insuportável e muito fácil de ser confundido por paixão. Mas mesmo assim eu amei. Eu não acreditava que eu pudesse vir a sentir isso de novo, mas aconteceu. Meu coração... era como se meu peito mal conseguisse contê-lo. Era como se ele quisesse fugir, porque já não pertencia mais a mim, mas sim a ELE. E se ele quisesse meu coração, eu o entregaria sem exitar, sem pedir nada em troca. Nenhuma demonstração de amor, nenhum presente, nem promessas de me dar a lua e as estrelas no céu... NADA! Eu não pediria por nada... Nada além do coração dele em troca do meu. Mas isso ele não podia me dar... E eu tentei lutar, lutar por algo que foi real pela primeira vez em muito tempo na minha vida. Mas não aconteceu.
A dor é insuportável e agora tudo parece perdido. Mas não foi em vão. Apesar de tudo, não mudaria nada! O coração quer o que o coração quer. E mesmo que não conseguir o que ele deseja seja trágico, eu prefiro mil vezes a tragédia. Como já dizia Toquinho:"Não há mal maior que a descrença. Todo amor que não compensa é melhor que a solidão."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Decote e Salto Alto

Sabe uma parada que me deixa puta? Essas histórias de que mulher ter que se "comportar" porque o mundo espera que ela seja de uma forma. Devemos ter uma certa conduta que foi estipulada como a correta pela sociedade caso contrário somos taxadas como "fáceis", "putas", "vulgares", dentre outros adoráveis adjetivos. ¬¬''

O mundo espera uma atitude "correta" de nós, mas o mundo não é justo conosco! Além de, após vários anos de lutas por direitos iguais, ainda sermos diminuídas por nosso sexo, somos iludidas sobre um tal dum príncipe encantado que virá nos salvar, montado em seu cavalo branco. O tempo passa e nós esperamos, mesmo que inconscientemente, pelo dia em que ele virá nos salvar de nós mesmas. Nós esperamos. Por um bom tempo esperamos. Até que, enfim, conhecemos um rapaz bonito, inteligente, bom de papo, que nos promete seu coração e todas as estrelas do céu. Cuidamos dele com amor, e ele por sua vez, cuida de nós nos mostrando o que ele já conheceu do mundo. Nos apaixonamos, achando que aquilo era a concretização de tudo que nos haviam prometido quando éramos pequenas. Mas nós não conhecíamos a dor... Não sabíamos o que era um coração partido, muito menos as lágrimas que este causava.

Até que o jovem rapaz erra. Se permite nos desejos e anseios mais primitivos do homem. E com isso, noso príncipe encantado vira sapo-feiticeiro, perde o encanto e desaparece. E quanto a nós... Nós então conhecemos a dor. E junto dela, a solidão, a raiva, a mágoa, a tristeza, a angústia... Até nos darmos conta de que o rapaz era o menor de nossos problemas. Pelo contrário, após algum tempo, ele nem relevante mais era. Nosso grande problema era, na verdade, o mundo. O mundo estava errado. E se o mundo não agia da forma que nós esperávamos dele, nós também não agiríamos da forma que o mundo esperava de nós. E nesse momento nos tornamos livres.

Com essa nova liberdade, percebemos também que o amor e o príncipe encantado não poderiam ser as únicas coisas boas de se ter. Então nós resolvemos experimentar.

Descobrimos as maravilhas do salto alto, das mini saias, dos decotes ousados, dos vestidos colados... Descobrimos que alguns drinks funcionavam melhor que chocolate. Pintamos as unhas de carmim. Nos envolvemos com um homem mais velho. Nos envolvemos com um homem mais novo. Descobrimos que conseguíamos nos envolver novamente. E que um relacionamento podia se tornar melhor que o que passou. Saímos pra barzinhos, boates e afins... Aprendemos a beber vodka e a degustar um bom vinho. Cortamos o cabelo bem curtinho. Fazemos uma franja. Alisamos o cabelo e trocamos da cor para o ruivo que sempre sonhamos em ter.Viajamos para um lugar exótico e nos envolvemos novamente. Descobrimos que existem relações sem exigências, sem compromissos, mas com sinceridade e prazer. Fazemos amigos, damos conselhos, falamos palavrão e bebemos chopp vendo os jogos de futebol. Passamos a entender o verdadeiro significado de um bom carnaval. Nos apaixonamos por arte, música e pessoas. Pulamos, gritamos, brigamos e nos reconciliamos. Analizamos. Selecionamos. Vivemos.

No meio do caminho, encontramos muitas lágrimas, muita saudade, muitas recaídas e algumas vezes, um cansaço de continuar vivendo. Mas sempre que chegamos perto de desistir, nos lembramos de que o errado é o mundo, não nós mesmas. E com isso, nos revigoramos em nossa inesgotável necessidade vingativa de provar pro mundo que não existe certo e errado, e que podemos ser quem nós quisermos. Aos poucos, vamos deixando pra trás qualquer resquício daquela menina inocente e em paz com o mundo. Com o tempo, aprendemos a superar nossas mágoas, a secar nossas lágrimas e a viver com nossos fantasmas, nossos medos e, principalmente, com a ausência.

No fim da história, as mulheres fortes, com tanta convicção, com tanto desejo de nos livrarmos de quem éramos, acabamos, de fato, nos transformando na própria personagem que criamos. Nunca mais voltando a ser as mesmas. Nunca mais assistindo futebol sem tomar cerveja, pintando as unhas de branco e usando vestidos longos. Nossa essência passa a estar no vermelho de nossos cabelos, no saber de nossas escolhas independentes, no nosso salto alto de cada noitada!

Portanto, aqui vai minha súplica ao sexo feminino: não deixem de experimentar novas sensações por medo da reação do mundo. Você não é a errada. Seus desejos não são vergonhosos. O mundo que é. Ouse, faça e aconteça; erre, tropece, caia e se levante. Experimente. Viva! E lembre-se: você pode ser tudo que você quiser. Não duvide disso!


Ana Oliveira.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Início e fim

"Não olhe pra trás e lamente o passado, por não existir mais. E não se aflita porque o futuro ainda está por vir. Viva no presente, e o torne tão bonito que valerá a pena ser relembrado." (Ida Scott Taylor)




No momento estou seriamente tentando internalizar esse sentimento. É muito difícil ficar na espectativa e não olhar pra trás, procurando tudo que foi feito de errado, numa tentativa de prever o futuro. Meu coração aperta toda vez que tento decifrar cada gesto, cada palavra, cada olhar...
Este ano, eu desejei ter um amor. Entregar-me a alguém e despertar o coração que há muito tempo temia sentir. Meu desejo foi concedido. Mas porque agora tudo parece ser bom demais pra ser verdade? Quando você convence seu coração de que ele nunca poderá ter o que ele anseia, e no final ele consegue, você passa a acreditar que em algum momento alguma coisa acontecerá e você acordará do sonho. Você já não consegue mais relaxar. Cada sinal(que provavelmente não existe) indica que o fim é próximo, e você sofre por antecipação(desnecessariamente, na maioria das vezes).
Mas como acabar com isso? Como lidar com isso? Ida Scott Taylor sabia. O tempo leva tudo. O que você quer e o que não. O tempo leva tudo. O tempo arrasa tudo, e no final, só resta a escuridão. Porém, o que importa é a jornada, o que vivemos e o quanto vivemos no meio termo entre o encontro e a perda.
Portanto eu chego à conclusão que não interessa mais o que foi feito e o que foi dito. Tudo que eu fiz foi movida pela paixão, que arde e invade cada célula do meu corpo. Não interessa mais o que passou. Não importa o que está por vir. Eu tenho o que meu coração deseja. Não é pra sempre, como nada que exista é. Se a vida acaba, isso também acabará um dia. Perder o que seu coração possui é trágico. Mas pra perdê-lo foi necessário um dia possuí-lo, e se isso é trágico, então prefiro a tragédia. Porque não trocaria isso por nada no mundo!